Sociedade
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Oficial indonésio com as pranchas onde Rodrigo
levava drogas em 2004
#COMENTÁRIO
Falar, comentar, divagar sobre um
sofrimento de pais de filhos desajustados é muito difícil. O comentarista não
tem as informações e nem os sentimentos envolvidos nessas situações. Mas, se
por um lado, a tristeza e a desolação que assolam esses pais são imensuráveis pelos
sentimentos alheios, a reação das pessoas que analisam friamente a situação de
tráfico de drogas, é totalmente desprovida de sentimentalismos familiares.
Bandido não tem mãe.
A consciência flexível do brasileiro
não cede lugar a sentimentalismo sobre um traficante. Foi incutida a ideia de o
quanto mal nos faz o uso de drogas; em especial, algumas drogas chamadas ilícitas.
Só na cabeça brasileira é que esse conceito de droga inaceitável e droga
aceitável tem lugar para que possamos nos posicionar sobre casos que se destaquem
na mídia. Nós não conseguimos distinguir claramente o enunciado que “Droga é
droga em qualquer circunstância”, desde o agrotóxico que ingerimos sem opção de
não fazê-lo, até um “crack” que definimos como um “selo de caixão”... Quase sempre
sem retorno. Não consideramos que entre esses extremos estão incluídas as
nossas queridas cervejinhas nesse calor infernal, nosso tabaco que tanto nos
satisfaz e nos condenam por isso... Não paramos para pensar que a única vez que
usamos sem culpa, foi a primeira, da segunda em diante já estamos viciados.
Essa confusão mental toda que vai
ordenar as opiniões do próximo brasileiro preso na Indonésia por porte de
cocaína e que também tem morte decretada...
#Disse
Carlos Leonardo
#CONVITEAPROSA
Que você acha da atitude do advogado em declarar o preso como paciente
de problemas mentais?
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matéria para comentar ou na cartinha, para enviar a alguém).
RICARDO GALLO - DE SÃO PAULO - 19/01/2015
A defesa e os
familiares de Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, tentam interná-lo às pressas em um
hospital psiquiátrico para que o brasileiro não seja executado na Indonésia.
Neste domingo, o
procurador-geral do país anunciou em Cilacap, a 400 km de Jacarta, que quer
acelerar novas execuções. Rodrigo está na lista, em fuzilamento marcado para
fevereiro.
O brasileiro foi
condenado à morte por tráfico de drogas, tal qual Marco Archer Cardoso Moreira,
53, fuzilado na madrugada de domingo (18), horário da Indonésia. Rodrigo foi
diagnosticado com esquizofrenia, atestado por laudo psiquiátrico, mas se recusa
a ser internado, por acreditar que está são. Uma prima dele chega nesta segunda-feira
(19) a Cilacap, onde fica a prisão em que ele está, para convencê-lo a se
internar rapidamente. Abalada, a mãe, Clarisse Gularte, não quis viajar. "Sob
a lei indonésia, pessoas com doença mental não podem ser executadas",
disse à Folha Utomo
Karim, advogado pago pelo governo brasileiro para defender Rodrigo e Marco
Archer.
Não se trata de
uma simples tese. Utomo ouviu de Tony Spontana, porta-voz da
Procuradoria-Geral, que, se fosse apresentada comprovação de que Rodrigo está
doente, a execução seria adiada. A Procuradoria é o órgão responsável por levar
adiante as execuções no país. Spontana confirmou à Folha a informação dada ao
advogado de Rodrigo. Mas informou que a Procuradoria tem de analisar os laudos
antes de se decidir.
Pelas leis locais,
o governo indonésio já pode executar Rodrigo, porque cumpriu todas as etapas
para tal. A última delas foi o fato de o presidente Joko Widodo ter negado
clemência ao brasileiro, em 9 de janeiro último. Não há mais recursos possíveis
na Justila do país asiático.
PRISÃO
Paranaense, filho
de uma família abastada, Rodrigo foi preso em 2004 ao tentar entrar no
aeroporto de Jacarta com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe.
Se Marco Archer
nunca escondeu ter sido um traficante de drogas, Rodrigo era "mula" -
recebia dinheiro para carregar entorpecentes. Com ele estavam dois amigos,
também detidos na ocasião. Mas Rodrigo disse à polícia indonésia que toda a
droga era sua, e os amigos foram liberados, em episódio repleto de dúvidas
sobre o qual ele jamais quis falar.
Em 2005, o brasileiro foi condenado à morte.
Em 2005, o brasileiro foi condenado à morte.
Atualmente, está
preso em Pasir Putih ("areia branca"), prisão de classificada como de
"super segurança máxima" que fica dentro da ilha de Nusakambangan e
onde Marco também estava. Ele e Marco mal se falavam. Diferentemente do
comportamento quase alheio de Marco, Rodrigo sofria com a prisão e a ameaça de
ser fuzilado. Estava deprimido e chegou a tentar se suicidar, ao colocar fogo
no colchão de sua cela, alguns anos atrás.
Também ao
contrário de Marco, se recusava a falar com familiares e a receber visitas,
inclusive da mãe, que havia tentado vê-lo.
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